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O conceito da Mordomia

1. Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, e despenseiros (encarregados) dos mistérios de Deus.
2. Além disso requer-se nos despenseiros (encarregados) que cada um se ache fiel

Roteiro para estudo bíblico nos PGM's

Muita gente confunde a ideia de mordomia bíblica com a doutrina do dízimo. Podemos dizer que o dízimo é um assunto que está incluindo dentro da questão da mordomia bíblica, mas não a explica totalmente. O dízimo é parte de nossa mordomia diante do Senhor.

O texto que foi escolhido para o estudo traz o termo DESPENSEIROS (Encarregados da despensa), significando, no texto original “MORDOMOS”. No latim o termo tem origem em duas palavras MOR (major – “maior”, “administrador” ou “governante”) e DOMUS (casa). Major domus é o administrador ou governante da casa.

No grego bíblico do NT, o termo é OIKONOMOUS, formado pelas palavras OIKOS (casa) e NOMOS (lei ou governo), de onde vem as palavras “economia” e “ecônomo”( o que administra uma casa.  Mordomo, despenseiro). Os despenseiros aqui são aqueles que são encarregados de ministrar os “mistérios de Deus”, ou seja, as profundezas verdades de Deus (verdades celestiais, conhecidas apenas por revelação).

No dicionário Houaiss de língua portuguesa o conceito de um mordomo é o de “Indivíduo encarregado de administrar, em residência alheia, as tarefas domésticas cotidianas.” Mas “Mordomia”: no contexto social brasileiro, muitas vezes tem sido usado para caracterizar uma vida de regalias. Infelizmente, este conceito corrompido nos afasta do sentido bíblico da palavra.

Provocações a partir do conceito bíblico de "mordomia"

Usarei aqui o esboço de Ralph G. Turnbull, editor famoso do Dicionário de Teologia Prática de Baker apresenta três princípios que esclarecem o conceito de mordomia:

·         Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam. 

·         Em Gênesis 1:28, Deus deu a terra, o mar, todos os tipos de animais, para que o homem os dominasse. Domínio é governo ou administração, não apenas posse. Toda a criação é dada ao homem para seu proveito (Gê. 1:29). Está implícito, nesta dádiva, um sentido de responsabilidade e prestação de contas. Dominar implica administrar com sabedoria. Em Gn.2:15 temos outro aspecto da mordomia na criaçãoà E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.

 ·         Tudo é do Senhor. Tudo dele vem e para ele volta. Romanos 11:36à Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém.

 ·      A igreja primitiva entendia que Deus é dono de todas as coisas e “ninguém dizia que coisa alguma das que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns.” (Atos 4:32). Jesus também ensinou por inferência que a vida do discípulo que perde bens e até família por amor a Jesus é recompensada na comunidade da família de Deus e seus bens à Marcos 10:29-30 à 29 Garantiu-lhes Jesus: “Com toda a certeza vos asseguro que ninguém há que tenha deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou bens, por causa de mim e do Evangelho, 30 que não receba, já no presente, cem vezes mais, em casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e propriedades, e com eles perseguições; mas no mundo futuro, a vida eterna.

 ·      Um dos problemas no exercício da administração segundo o Reino de Deus é o materialismo, que, “em essência, consiste em pensar que as satisfações físicas e materiais são a meta e o propósito final da vida.”

· Na parábola dos talentos, em Mateus 25:14ss, Jesus nos fala de “um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes seus bens; e a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe”. Nós já sabemos como terminou essa história, tendo aquele que recebeu menos talentos enterrado o menor investimento que o seu senhor lhe confiou, não tendo sido fiel. 

· Jesus, ilustrando a vida no Reino de Deus, nos faz entender que Deus entregou a nós, segundo nossa capacidade, os Seus bens para que os administrássemos durante um certo tempo. O Mestre nos conta como os servos empregaram ou não estes bens para benefício de seu senhor.

·         v2. Além disso requer-se nos despenseiros (encarregados) que cada um se ache fiel. Essa exigência também é vista na parábola do mordomo infiel (Lucas 16:1-13), um certo homem rico chamou seu mordomo e disse-lhe: “Dá contas da tua mordomia.” 

·         Gostamos muito do evangelho quando ele nos traz palavras de esperança e graça, mas quanto chega a parte da mordomia cristã não é fácil aceitar a ideia de que daremos contas de nossas relações com os demais, como os recebemos ou não e porque; daremos contas das escolhas que fazemos e da influência que estas escolhas têm sobre as pessoas ao nosso redor. Num sentido mais amplo, daremos conta de tudo a Deus, de como usamos os talentos que nos foram dados até de nossa vida espiritual. 

·         Sem dúvidas que outro entrave para a administração das coisas pertencentes ao Reino de Deus é o humanismo. Esta corrente filosófica afirma que o homem se sobreporá aos problemas do mundo pela aplicação de sua própria inteligência e esforço; a fé em Deus não é necessária e, portanto, não haverá prestação de contas. Mas, nós sabemos que não será assim. 

Conclusão

·      Para você o que foi que chamou mas a sua atenção dentro dos textos estudados?

·      Você pode fazer uma avaliação interna de como tem sido a sua condição de mordomo diante do Senhor de todas as coisas?

·      Você entende que pode seguir algum caminho, alguma orientação, uma decisão em torno de viver segundo a vontade de Deus quando o assunto é mordomia?

Oremos!

“Senhor, louvamos e bendizemos o teu nome por seres o Criador e Senhor sobre toda a terra! Nós te agradecemos por teres criado uma natureza tão linda, leis naturais tão perfeitas, dando a nós a inteligência para bem vivermos em harmonia com todas as coisas criadas! Nós reconhecemos que nossa condição de imagem e semelhança de Deus nos traz a tarefa de administrarmos todas as coisas para louvor de tua glória e para o nosso próprio bem. Perdoa-nos, por nem sempre termos sido fieis e nos renova para cumprirmos a tua santa vontade, em
nome de Jesus, amém!”

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